Já está perto de fazer 5 anos desde que criei este blog, para desabafar e me expressar sobre a terrível doença que tem me assolado desde então: o borderline.
Lembro que, antigamente, eu ainda tinha esperança de melhorar, ou ao menos de estagnar em um estágio, sem progredir na descida rumo ao abismo — mas não foi isso que aconteceu. Fui piorando, piorando, e piorando, arrumando mais problemas, acumulando mais mazelas mentais (síndrome do pânico, despersonalização, ansiedade extrema, problemas de pressão por conta do estresse, envolvimento com álcool e drogas)...
Nesses 5 anos, cheguei perto da morte algumas vezes, mas fui covarde de não aceitá-la, de impedir que ela acabasse com meu sofrimento... Nesses 5 anos, também fui enganado por pessoas que tentaram me impor falsas esperanças através de mentiras emocionais e clichês...
Também menti muito, manipulei bastante gente, feri os sentimentos de muitas pessoas gratuitamente apenas para poder me divertir, para me sentir no controle delas — afinal, sempre preencheu o meu ego sentir como se o mundo girasse à minha volta, sentir que tenho o dom de manipular praticamente qualquer pessoa para qualquer fim que seja do meu interesse...
Mas, às vezes, deixo as coisas rolarem. E, quando faço isso, tudo sai do meu controle, e as coisas e pessoas não reagem como o planejado — e isso é o suficiente para despedaçar meu ego em migalhas minúsculas, me fazendo sentir completamente frustrado, com vontade de acabar com a vida de qualquer um à minha volta... e com a minha própria.
Eu, sinceramente, não sei quanto tempo mais aguentarei, ou se isso terminará em uma grande tragédia. No fundo, eu queria que tudo fosse diferente. Queria não sentir esse tremendo vazio existencial que nada — nem ninguém — é capaz de preencher. E qualquer meio que uso para me entreter (ver gore, manipular pessoas à minha volta, minha vida social, meus hobbies etc.) é uma mera distração, que por pouco tempo consegue me enganar e ofuscar a factualidade inefável da minha condição e do meu destino miserável.
Escrevo isso tudo com toda a sinceridade, me sentindo sugado de qualquer tipo de emoção positiva, me sentindo desgastado fisicamente por causa do acúmulo de estresse. Sinto apenas ódio de mim, ódio de todas as pessoas à minha volta, ódio deste lugar em que me encontro, ódio por existir, por não ter coragem de deixar de existir — e ódio de todo esse sofrimento.
Meu único desejo de Natal era ganhar coragem de dar um fim a todo esse sofrimento desnecessário e improdutivo que me persegue internamente, me destruindo por dentro.