sábado, 20 de dezembro de 2014

Quase 5 anos...



Já está perto de fazer 5 anos desde que criei este blog, para desabafar e me expressar sobre a terrível doença que tem me assolado desde então: o borderline.

Lembro que, antigamente, eu ainda tinha esperança de melhorar, ou ao menos de estagnar em um estágio, sem progredir na descida rumo ao abismo — mas não foi isso que aconteceu. Fui piorando, piorando, e piorando, arrumando mais problemas, acumulando mais mazelas mentais (síndrome do pânico, despersonalização, ansiedade extrema, problemas de pressão por conta do estresse, envolvimento com álcool e drogas)...

Nesses 5 anos, cheguei perto da morte algumas vezes, mas fui covarde de não aceitá-la, de impedir que ela acabasse com meu sofrimento... Nesses 5 anos, também fui enganado por pessoas que tentaram me impor falsas esperanças através de mentiras emocionais e clichês...

Também menti muito, manipulei bastante gente, feri os sentimentos de muitas pessoas gratuitamente apenas para poder me divertir, para me sentir no controle delas — afinal, sempre preencheu o meu ego sentir como se o mundo girasse à minha volta, sentir que tenho o dom de manipular praticamente qualquer pessoa para qualquer fim que seja do meu interesse...

Mas, às vezes, deixo as coisas rolarem. E, quando faço isso, tudo sai do meu controle, e as coisas e pessoas não reagem como o planejado — e isso é o suficiente para despedaçar meu ego em migalhas minúsculas, me fazendo sentir completamente frustrado, com vontade de acabar com a vida de qualquer um à minha volta... e com a minha própria.

Eu, sinceramente, não sei quanto tempo mais aguentarei, ou se isso terminará em uma grande tragédia. No fundo, eu queria que tudo fosse diferente. Queria não sentir esse tremendo vazio existencial que nada — nem ninguém — é capaz de preencher. E qualquer meio que uso para me entreter (ver gore, manipular pessoas à minha volta, minha vida social, meus hobbies etc.) é uma mera distração, que por pouco tempo consegue me enganar e ofuscar a factualidade inefável da minha condição e do meu destino miserável.

Escrevo isso tudo com toda a sinceridade, me sentindo sugado de qualquer tipo de emoção positiva, me sentindo desgastado fisicamente por causa do acúmulo de estresse. Sinto apenas ódio de mim, ódio de todas as pessoas à minha volta, ódio deste lugar em que me encontro, ódio por existir, por não ter coragem de deixar de existir — e ódio de todo esse sofrimento.

Meu único desejo de Natal era ganhar coragem de dar um fim a todo esse sofrimento desnecessário e improdutivo que me persegue internamente, me destruindo por dentro.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Nenhum lugar



me afogando entre copos e garrafas,
não enxergo mais nada,
pois o mundo gira mais rápido,
tão mais rápido do que eu imaginava.

ouço sussurros de demônios
com a minha própria voz,
implorando por mais um brinde,
só mais um brinde, nada atroz.

e balbuciam frases inaudíveis,
talvez não haja nada demais
nestes tons agressivos,
ríspidos e de teor fugaz,
que invadem minha mente,
arrancam-me a razão,
sobrando apenas a vontade...

a vontade de que talvez algum dia eu chegue lá,
em Lugar Nenhum, para lá poder me esvair,
talvez me dissipar, partindo para Nenhum Lugar,
pois lá é melhor que aqui.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Grito



E talvez esta seja o ultimo grito
de socorro de alguem que quer fugir
e não encontra mais sentido em
continuar a viver.
E dessa vez não há mais garantias
de que sequer alguma coisa irá mudar,
a esperança que tanto esperei
era somente uma ilusão

Sonhos distantes,
eu sei que nunca mais vou alcançar
a paz interior, que há muito tempo atrás
eu tinha, e que eu perdi

A minha vontade
é apenas desaparecer,
desaparecer daqui,
pois as minhas feridas
já doem demais

Eu vou achar um lugar pra deixar de ser,
deixar de ter, viver, sentir,
e não vai mais doer.
Eu vou deixar pra trás tudo que importa,
não sei se vale mais, não quero mais chorar,
muito menos fingir que ainda posso sorrir.

Endereço mudou para recipientevazio.wordpress.com

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