quarta-feira, 17 de agosto de 2016

C21H23NO5


Os teus sussurros ecoam em meus ouvidos,
de forma tão crescente como o som de um trem descarrilhando,
enquanto teu calor me toma o corpo,
dando o conforto que nunca havia sentido
em vida

sinto saudades de teu beijo,
aquele em que quase morri afogado
no mais puro e indescritível prazer.
sinto saudades de todos os sonhos,
que tive acordado ao seu lado,
sem me importar com mais nada

procuro em tI minha morte,
procuro em ti minha vida,
morrendo de saudades de ti,
ó Diamorfina


sábado, 13 de agosto de 2016

Linhas tortas

Olho para dentro,
e de olhos fechados posso ouvir
com aquele despedaçado instrumento da alma que um dia dei o nome de coração
o sangue escorrendo por meus ombros alimentando o alívio de todas as dores que escondi em sorrisos nos reflexos dos espelhos,
que me dizem para olhar para trás,
7 anos, 10 anos,
lembrando-me da grande fortaleza
que havia em meu peito,
derrubada por desilusões que Eu, Eu mesmo criei,
todas aquelas vezes que em vão ousei
sonhar,
inibindo os sentidos, impedindo-me de ver
os parasitas se alimentando de cada pedaço,
cada farelo,
cada singelo e real sentimento que algum dia houve
aqui dentro.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Lúcifer

Tuas palavras trouxeram à tona
aquela grande pequena mágoa,
a qual tentei esconder, ofuscar,
em vão apagar
com a borracha dos dias em que seus olhos diziam acreditar que sou um sujeito maior que penso,
um menino incapaz travestido de homem capaz

Me pergunto porque poucas almas tentam salvar aqueles que afundaram,
são os certos aqueles que simplesmente ignoraram o ego irrecuperável?
O vento cortante trouxe em seu forte sopro as respostas que tanto busquei daquela importante pergunta feita sob lágrimas em meu altar noturno, em meu travesseiro (“quem sou eu?”):

ódio, rancor, amagura encarnada.

Isto que sou?
Isso explica tudo.
Sim, isto que sou.

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