sexta-feira, 24 de novembro de 2017

No final da linha...


me encontrei cruzando a estrada,
procurando sinais, e as velhas placas
apontando para Lugar Nenhum,
Nenhum Lugar é onde é meu lar
onde me enganei frente ao espelho
a minha alma já está cansada,
e os cacos no chão machucam meus joelhos
à cumprir promessas para todos os demiurgos
que vivem em mim implorando pelo meu sangue

e não sobrou mais nada que eu reconheça
dos velhos tempos em que eu pensava estar
certo de tudo, errado em nada, agraciado em viver...

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Sombras e luz


Um poeta, palhaço, coveiro
não sabe o que quer,
não lembra o que passou,
aprisionado em seu quarto,
vendo sombras tal como em uma velha alegoria
tenta rabiscar no chão, concebendo formas ao que interpreta
no que enxerga nas quatro paredes mofadas,
machucando suas mãos, pensando em desistir,
com medo de se afogar em seu próprio sangue
ele pensa em se libertar das correntes, para caminhar,
tropeçar e cair
de sua janela...

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Horizonte de Eventos


eu olho para trás e eu enxergo tantos rastros,
são velhas imagens, todas presas para sempre,
trancadas em um horizonte de eventos
que eu tento alcançar,
mas me afasto a cada passo
que eu dou olhando para baixo,
olhando para baixo só vejo a coleção de medos
a me fazer tremer as pernas
e eu sei que voltar ao passado é impossível,
mas eu ainda posso encontrar novos horizontes
tão familiares, no final desta corda em que caminho
como o palhaço faz em circo

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