sábado, 26 de novembro de 2022

Amontoado de memórias



Desde pequeno você ouve das pessoas mais próximas que você é especial. Quando você cresce e demonstra fraquezas, as pessoas mais próximas novamente dizem o quão especial você é. Até mesmo pessoas desconhecidas ou que você tem pouco contato repetem isso.


Em algum momento da sua vida, você percebe que é tudo mentira. Não há nada de especial em você. Por mais que o mundo continue repetindo, a mais dura e crua verdade é esfregada em sua face até ralar sua pele em carne viva.


As pessoas são malvadas, mesmo quando tem boas intenções. Será ingenuidade? Será que as pessoas não conseguem conceber o quão mentir para elevar a autoestima de alguém pode doer? 

Eu não sou especial, mas sou diferente... quando sou eu mesmo, não economizo palavras em afirmar o quão alguém é especial, quando meus olhos enxergam tais pessoas como especiais. Mesmo tendo algumas das qualidades que mais acho nobres, eu me inferiorizo, pois não quero ter um grande baque, mas por vezes sou desatento e caio nas doces mentiras deste mundo cruel. 


No fundo, no fundo, sou só um amontoado de memórias que mal servirão fazer corações transbordarem de saudades. Sou substituível, não sou especial, e a condenação que o mundo me dará será o eterno esquecimento. 

sábado, 19 de novembro de 2022

Nada




Sempre temi o nada. Desde pequeno sofro ansiedade ao pensar sobre a inexistência antes de eu ser eu, e o permanente retorno à ela que é o que provavelmente acontece após a morte.

Hoje ainda temo o nada. No entanto ando lutando e sendo pressionado a me atirar do precipício rumo ao abismo da inexistência, e embora eu tenha medo, ando vivendo uma situação inédita de ACEITAÇÃO.

Minha aceitação não é deliberada, mas totalmente não consensual, mas não há mais nada que possa ser feito ou que possa realmente acontecer que me faça abrir mão de voltar atrás. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Qualquer luger

 


me encontrei 

me questionando mais uma vez, 

"como é que eu vim parar neste lugar?"

pergunta sem resposta, quando sequer lembrava

se eu estava vivo, morto ou se mesmo existia,

tentando rastejar por um túnel que não levava a

qualquer lugar,

sem meu corpo fraco, o vaso remendado, e um coração de plástico,

a confusão me tomava a alma

para onde sequer se passava o tempo. 

E eu só queria acordar, 

aquele mundo é tão sombrio e vazio, e ele se chamava

Qualquer Lugar, 

onde nunca quis pisar, mas sempre me

levo a rastejar. 

Endereço mudou para recipientevazio.wordpress.com

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