Eu estou um completo caco, sabe? Ao longo de todo esse tempo, não foram poucas as vezes em que cheguei ao limite — e sempre voltei dele —, tendo passado por diversos altos e baixos, tendo visto o abismo como enxergo a ponta do meu nariz por entre os olhos. Desde 2023, minha saúde mental vem piorando gradualmente, de pouquinho em pouquinho, com um rápido declínio a partir de outubro de 2024. Eu também não me ajudei, mantendo comportamentos erráticos, impulsivos, obsessivos e autodestrutivos. Minha cabeça está tão fora do lugar que eu acredito — estou convicto — de que é impossível me recuperar, pois já cruzei praticamente todas as linhas vermelhas do que é aceitável para continuar lutando.
Crises intensas de borderline, crises de hipomania e depressão da bipolaridade, a falta de perspectiva e a incapacidade de ter objetivos ou sonhos têm me machucado bastante — estou estraçalhado, no chão, e meus demônios interiores continuam a me torturar.
Neste declínio, percebo que estou me tornando uma pessoa cada vez menos capaz de viver em sociedade, pois já não suporto mais minhas emoções, já falho em lidar com as coisas da vida de forma saudável.
Acordo me perguntando o porquê de ainda estar aqui, e ao longo do dia vivo me repetindo: "Eu não vou conseguir..." Tento me apegar às coisas de que gosto, mas elas já não são mais suficientes. Ao longo do dia, minha mente simplesmente desliga, porque eu não quero ter que lidar com toda essa dor.
Sinto-me como um trem em alta velocidade, prestes a colidir com uma parede e descarrilar.
Tenho vivido um intenso desespero, do qual não consigo alívio. O desespero tem sido tão grande que, em certos momentos, implorei por um milagre, por compaixão de alguma divindade ou força que venha a existir — que creio não existir —, mas que gostaria que existisse. O mundo é um lugar injusto demais, e dói demais pensar que tudo isso é apenas isso: tudo em vão.
Estou a um inverno de finalmente desistir, caso as coisas dentro da minha cabeça não se acalmem. E se eu desistir, não foi por culpa de ninguém. No fim das contas, somos todos frutos das circunstâncias e de fatores que não temos qualquer controle, onde, no máximo, temos a ilusão de que há alguma liberdade de ação — quando, na verdade, não há.
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