Mais um ano em que termino chorando, mais um ano em que começo chorando. Tudo leva a crer que minha mera existência é um problema, um defeito da realidade, e que minha simples presença está carregada de uma energia negativa contagiante.
Eu não pedi para ser assim, não quis e não quero ser assim. Nunca fiz nada para merecer as desgraças que me acometem desde o início da minha vida. Eu poderia tentar encontrar alguma relação causal e me confortar com a ideia de que, um dia, seria recompensado, mas não, não posso me atrever a tal ilusão.
Estou cansado e cada vez mais convicto de que o fim derradeiro de toda e qualquer influência que minha existência possa causar faria do mundo um lugar menos pior para aqueles que nele têm algum direito de existir.
Dói demais, mas o que posso fazer, a não ser engolir o orgulho e aceitar o fracasso que é a minha real natureza?
É menos pior um fim aterrorizante do que um terror sem fim.
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